sexta-feira, 29 de julho de 2011

Desabafo depois de seis anos e três meses...

Eu já escrevi falando de como lidar como a perda e com certeza quem ler a postagem em que eu falo sobre a perda, e outras mais que tem relações com esse assunto irá pensar que eu nunca tive uma grande perda em minha vida, engana-se quem pensa assim, ou até mesmo quem pensa que eu sei como lidar a perda. Eu como a maioria das pessoas não sei, mas procuro mostrar para as pessoas os ensinamentos que eu adquiria com uma perda enorme que tive em minha vida, perda essa que me machuca até hoje.
Quando recebi a triste noticia não acreditei, alguns acham que foi pelo fato de ser dia 1º de Abril, que é considerado dia da mentira. Mas sei que não foi isso, o fato foi que quando ouvi a noticia foi como se estivesse carregando o peso do mundo em minhas costas, a sensação foi que o mundo estava desmoronando em cima de mim, eu travei, fiquei imobilizada não sabia o que fazer, não conseguia acreditar que aquilo era verdade. Apenas quando uma irmã minha veio até mim e contou-me tudo foi que cai na real, me senti despedaçada, como se faltasse algo, e me falta, me faltava alguém.

Coração? Eu nem sabia o que era isso naquela altura, parecia que o tinham arrancado do meu peito, me sentia seca, vazia por dentro e as lágrimas não saiam estavam prezas e aquilo me sufocava eu não conseguia alcançar o desabafo.
Algum tempo depois vieram as lembranças de todos os momentos felizes que passei com minha avó, todos os momentos que passamos juntas e aquelas lembranças me feriam muito a cada lembrança parecia que arrancavam um pedaço de mim, ao pensar que nunca mais teria momentos tão maravilhosos com uma das pessoa que eu mais amei, e ainda amo.
Foi a partir desse momento que as lagrimas caíram, as lagrimas rolavam em minha face sem que eu nem ao menos percebesse, quando me dei conta, eu já havia caído no desespero, desespero foi tão grande que eu sentia que não conseguiria me reerguer nunca mais. Eu me perguntava como seria minha vida a partir daquele momento? Como eu iria viver se me faltava um grande pedaço? Será que meus lábios iriam conseguir sorrir novamente? Todas essas perguntas passavam em minha mente enquanto eu entrava no quarto dela, ou melhor, no nosso quarto, como seria dormir naquele quarto, olhar para aquela cama onde ela sempre estava e ver-la vazia? Eu me sentia confusa machucada e durante aquela noite, a noite mais longa de minha vida eu não consegui descansar, passei a noite totalmente em claro. Eu via as demais pessoas indo descansar mesmo que por pouco tempo, mas eu não conseguia fazer isso, eu olhava aquele corpo mórbido em minha frente e imaginava os momentos de felicidade que juntas passamos, toda a felicidade que ela havia me proporcionado e a dor que eu estava a sentir ao saber que estava a perdendo que não ia mais ver seu sorriso, não ia sentir seus abraços. As lágrimas naquele pareciam gotas de sangue, sangue que vinham do coração...

Eu pedia a Deus forças para suportar, mas me sentia fraquejar.
O tempo foi passando e eu sentia que a cada dia que passava, as lembranças do dia 1º de Abril de 2005 continuavam intactas, as lembranças do dia em que mais sofri, as imagens daquele dia passavam a todo tempo em minha mente, eram lembranças que me machucavam cada dia mais e eu não conseguia me libertar delas. Até que certo dia ouvi uma musica que ela gostava muito e quando ouvi essa musica senti a sua presença ali, era como se eu a estivesse vendo, como se ela estivesse ali sorrindo em minha direção com sua alegria contagiante. As lagrimas vieram, eu chorei, chorei e chorei... porque sabia que eu não viveria mais momentos tão maravilhosos como aqueles que passavam em minha mente, mas foi a partir daquele momento que consegui me reerguer, a partir do momento em que as lembranças negativas deram lugar as boas lembranças.
Eu não vou dizer para vocês que esqueci o dia 1º de abril de 2005, pelo contrário, tenho em minha mente cada momento daquele dia, e as lembranças vem até hoje e são mais fortes em algumas datas, como o dia de seu aniversario e os dias 1º de abril, mas eu procuro driblar essas imagens com imagens dos bons momentos. E procuro colocar em minha cabeça que minha avó nunca quis me ver triste e agora não é diferente, ela quer que eu seja feliz onde quer que eu esteja e isso me faz sorrir e seguir em frente.
Esse desabafo consegui me ajudar muito, me trouxe muitas lembranças e graças a estas pude chorar e encontrar o desabafo...
Chore sempre que sentir que não aguenta mais as lagrimas não são sinais de fraquesa, pelo contrario, as lagrimas é uma forma de desabafo e nos faz muito bem, por isso não tenha medo nem vergonha de chorar, o choro alivia grandes dores emocionais...

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